Crédito com garantia do imóvel cresce no mercado brasileiro pós-pandemia
Com o recorde de R$ 255 bilhões nas operações em 2021, o financiamento imobiliário deve evoluir positivamente ao longo deste ano, com uma novidade a mais: o Crédito com Garantia de Imóvel (CGI), ou home-equity, modalidade bastante usada nos Estados Unidos.
Em razão das vantagens que oferece, como taxas de juros reduzidas e prazos mais extensos, o CGI se popularizou no mercado brasileiro pós-pandemia.
Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) mostram que essa modalidade teve alta de 13% em 2021.
Até novembro, as concessões deste modelo de crédito somaram R$ 4,85 bilhões. O levantamento feito pela entidade demonstra que o total de novos contratos, no primeiro semestre de 2021, alcançou cifra superior a R$ 2,3 bilhões, uma expansão de 31% comparando-se com o mesmo período do ano anterior.
Outro importante impulso deve ser proporcionado por novas regras previstas no Projeto de Lei 4188/21, do Poder Executivo, que institui um marco legal para o uso de garantias destinadas à obtenção de crédito no País. Pelo texto em análise na Câmara dos Deputados, será possível utilizar um mesmo imóvel como garantia em diferentes operações de financiamento, o que não é possível atualmente.
Segundo o Ministério da Economia, o Novo Marco de Garantias vai facilitar o uso das garantias de crédito, reduzir custos e juros de financiamentos e aumentar a concorrência. “Se bem utilizado, o CGI é uma das melhores opções de crédito de longo prazo”, afirma Antonio Carlos Oliveira, diretor-executivo da ACT, empresa de assessoria para crédito imobiliário.
Com o CGI, pessoas físicas e empresas podem colocar um imóvel como garantia na tomada de empréstimo, sem precisar vender sua propriedade. “É um mecanismo muito comum no exterior; é uma das principais formas de crédito nos Estados Unidos e já ganhou espaço no mercado brasileiro também”, explica o especialista.
Entre as vantagens, o dirigente da ACT cita o prazo para pagamento do empréstimo que pode chegar a 20 anos, com as menores taxas de juros do mercado. “É possível captar recurso de até 60% (limite legal) do valor do imóvel; em alguns casos, a liberação fica em 50% do valor do imóvel. A destinação do recurso é livre, sendo as mais comuns a abertura de negócios, investimentos em empresas, aquisições, capital de giro e equalização de dívidas mais caras”, finaliza Antonio Carlos Oliveira.
Fonte: NewsBA